terça-feira, 30 de novembro de 2010

Maior que isso

Quero ter esperanças
Iguais às de quando se adormece,
Que esta esperança desperta é efémera:
Quão rápido se acorda é quão rápido se esquece.

Quero ter sonhos
Iguais aos de quando se descansa,
Que estes sonhos despertos são falsos:
Quanto mais os queremos, mais fogem.

Quero ter um sorriso
Igual ao de quando se está bem,
Que esses sorrisos são verdadeiros:
São todos os que a minha vida tem.



"Quem acredita, vence." Henrique Tavares

Espontâneo

Quem odeia, ama quem prolifera o ódio.



Ódio.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Bifurcação Mental

Decisões sobre a vida
Não se tomam assim,
Sem mais nem menos,
Sem pensar em mim.

Se é preciso ponderar?
Sem dúvida; Mas por ponderar
Passam-nos à frente as prioridades
E acabamos por não mudar.

Porque sem escolhas
Que raio será a vida?
Que se virem as folhas!
A vida é um livro, lindo de desfolhar.




A vida é feita de escolhas. Escolhemos vivê-la ou deixá-la passar, por exemplo.

domingo, 28 de novembro de 2010

Fim-de-Semana musical

Boas. Um post diferente hoje, sobre música. Este fim-de-semana fiquei mais tempo em casa, devido ao frio... E fui ouvir música:

- Meshuggah -
obZen






- Katatonia -
Viva Emptiness








- Ava Inferi -
Silhouette







- Mastodon -
Blood Mountain









- Slayer -
Reign In Blood








- Pantera -
Vulgar Display of Power
Cowboys From Hell











- Soulfly -
Primitive







- Tool -
10.000Days









- Linda Martini -
Casa Ocupada
Marsupial







- Orphaned Land -
El Norra Alila









- Pink Floyd -
The Wall







- Rage Against The Machine -
Battle of Los Angeles







- Ulver -
Blood Inside









E foi assim o meu fim-de-semana. Um óptimo soundtrack para aquecer os dias frios a tocar bateria e guitarra imaginárias.

sábado, 27 de novembro de 2010

Aclareie-se o céu!

Por uma porta se ter fechado
Abriu-se uma janela;
Dessa janela vem uma brisa
Tão envolvente, tão bela.





"Quando se fecha uma porta, abre-se uma janela"
"Depois da tempestade, a bonança"

Sétimo e Décimo

Quem, por destruir
Pode ser feliz?
Por viver o que não é seu,
Embora tirado a outrem?

Se por tirar hesito,
Por ter anseio.
Por magoar recuso,
Mas o fim dita o meio.

Será crueldade minha,
Ou destino cruel e certo?
Por mais que me afaste
Sinto-o cada vez mais perto.

Este lado obscuro do inconsciente
De que tomo consciência
Vai roendo, corrompendo.
Noto-o pelo silêncio da tua ausência.


Dúvidas, incertezas, perguntas.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Tentação, Pensamento, Percepção

Percepção completa de uma perspectiva:

Algo redondo não deixa de ser redondo por ser também azul.
Como algo bom não deixa de ser bom por ser estranho ou novo.



Pensamento.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O que é nosso, depois de solto, a nós voltará

Que foi feito de nós?
Quando perdemos a força?
Porque perdemos a vontade?
Quando foi que enfraquecemos?

Já pensei ter meu interior
Desmaiado, parado, morto
Já pensei ser inferior
Às inevitáveis ondas que se abatem

Perdemo-nos
Foi-se o fôlego
Que quando foi suspiro
Foi roubado, enfraquecido pelo tempo

Sem esforço, a vontade foi perdida
Escorre, sangue
Da profunda ferida
Que o forte Mundo nos deixou.


Força.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Para bom entendedor, meia palavra basta. Ou pelo menos deveria.

Dura é a capa
De quem finge o interior.
E, tão sedutora,
Esconde as palavras proibidas.

Por se ler sem atenção
Escapam-se as entrelinhas
Escapam-se os segundos sentidos
E torna-se real o engano.

A atenção, essa,
Foi desviada para as imagens
Quando o importante era
O que estava escrito.

E por mais ténue,
Por mais ingénua
Que seja a nossa visão,
Nunca veríamos tais segredos.

Camuflados, entre palavras, gestos, actos... Escondidos.


Mentira.

domingo, 21 de novembro de 2010

Que se faça silêncio

Silêncio, por favor.
Noite escura em toda a sala,
Uma nota rouca ao fundo,
Som guia da cegueira.

Já pedi silêncio!

Apenas um sentido me leva,
E nesse sentido não confio!
Se, ao menos, por ouvir soubesse
Quem toca tão envolvente melodia...

Só oiço silêncio...

E este sim é de confiar
Pois quebra a longínqua melodia.
E as palavras que ouvi outrora,
Feitas som... Desiludiram.


Silenciosamente dedicado a quem me fez um elogio hoje.

sábado, 20 de novembro de 2010

E se meu eu fosse cego [ 1 ]

Achei em mim maneira de ver
Ver e perceber
Perceber se não for claro
Todas as maneiras de ver do Mundo.

E perdemos o nosso tempo a ver
Quando deveríamos ter sido cegos
Deitámos o nosso tempo a perder
Por olhar e conseguir ver

E mais tarde o erro percebe-se
Por ignorância, por percepção
E queremos conhecer as nossas escolhas
Quando ignorância é uma bênção

E se não quisesse perceber,
E se meu eu fosse cego
Saberia ver
Que o caminho certo.. Nem sempre se vê.


"Pior que ser cego é não querer ver"

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Haiku - The Moon in few words

"O Haiku deriva de uma forma anterior de poesia, em voga no Japão entre os séculos IX e XII, designados por tanka.
O Haiku capta o instantâneo, regista, enquadra, evoca, emociona... A ligação semântica entre as palavras expostas será sempre feita pelo leitor.
É uma forma de poesia breve, simples, depurada, bela e fluente. É uma reacção estética minimalista à crescente consciência humana do caos.
Exige uma atenção aos mais pequenos eventos da natureza objectiva e imediata; Uma permanente atitude de espanto face à natureza.
Um poema Haiku tem regras específicas: Não há uso de letras maiúsculas, não tem pontuação, tem 3 versos e tem de ter obrigatoriamente apenas 18 sílabas."



staying silent in the shadows
night falls and the moon rises
so pretty

(Haiku escrito por mim para Inglês)


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

On Knowing a Word - George A. Miller


Traduzir um documento sobre teorias que falam do que será que sabemos quando conhecemos uma palavra é aborrecido.

Basicamente, são 18 páginas a dizer que conhecer uma palavra é conhecer a sua forma, significado e contexto de uso.

No meio desta morte cerebral, encontrei uma pérola:

"As pessoas navegam diariamente por um mar de ambiguidades"


Não me posso alongar que estou extremamente ocupado, por isso quanto a esta frase apenas tenho a dizer: Indeed.


Ambiguidade.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

I'll never walk alone

Pouco tenho a dizer hoje.

Apenas é bom encontrar alguém que partilhe da nossa opinião:
- Enquanto precisarmos, há uma pessoa que nos vai proteger e guiar.




(Muita) Saudade.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Reminiscências

“Sentado numa esplanada escondida entre árvores, aproveitando os primeiros dias frios de final de Outono, um solitário rapaz de olhar cravado no nada, em que se notava uma ínfima réstia de esperança, talvez carinho por poder dar. Quem o visse ali, sozinho, de expressão séria, poderia pensar que estava apenas distraído, pensativo ou apenas entretido com os seus próprios pensamentos. Enquanto tira um cigarro do maço quase vazio de tantas horas ali sentado e o acende, puxando o fumo claramente como desculpa para um profundo suspiro, entoado quase como um suspiro de frustração. No fundo, o rapaz aprecia o breve isolamento que aquela esplanada lhe oferece, às vezes sente-se livre para apreciar a beleza dum final de tarde de Outono, observando as folhas amarelas e escarlates enquanto tocam o chão, enquanto voam como pequenos papéis ao vento, enquanto se desfazem sob os pés das crianças que brincam no parque. De vez em quando, fecha os olhos e ouve apenas os silvos do vento entre as folhas, o som das crianças a rir, o som mudo das palavras sussurradas baixo pelos namorados, curioso pelo que estarão a dizer um ao outro. Deixa-se envolver pelo cheiro a café no ar, misturado com o seu fumo, deixando-o bem disposto, descontraído.
A tarde arrefecia, o vento já incomodava. Fechou um pouco mais o seu blusão e apagou o cigarro. Partia do seu hábito, contando as folhas que pisava pelo caminho. Nessa altura vê uma criança sentar-se na sua bicicleta, ainda com rodas de apoio, com aspecto de ser nova em folha e pronta a usar pela primeira vez. Na sua cara, via-se uma felicidade amedrontada, aliviada pelas palavras do avô, que presumiu que fossem uma promessa de que não a deixaria cair. Lembrou-se do seu próprio avô, um senhor baixo e de cara enrugada, quase careca, que transmitia a ideia de ser incansável, que em todas as situações era quem permanecia calmo… E do dia em que ele próprio aprendeu a andar de bicicleta. Sorridente, parte nostálgico, lembrando-se.”

(trabalho para a c
adeira Produção do Português Escrito)


Nostalgia.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Actos imprevisíveis resumem palavras perdidas.

"- Se tu queres um amigo,cativa-me!
- O que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente. Tu sentar-te-ás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu olhar-te-ei para o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, a cada dia, sentar-te-ás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora - disse a raposa - Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, às três já estou feliz. Quanto mais perto da hora for, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas então,estarei inquieta e agitada:descobrirei o preço da felicidade!"

Palavras são horríveis,
Silenciadas, proferidas...
Actos imprevisíveis,
Resumo de palavras perdidas.

Perdem-se momentos,
Por preceito ou distracção,
Ideias ficam-se por segmentos
Sem voz... O silêncio que trai.



Constrangimento.