domingo, 21 de novembro de 2010

Que se faça silêncio

Silêncio, por favor.
Noite escura em toda a sala,
Uma nota rouca ao fundo,
Som guia da cegueira.

Já pedi silêncio!

Apenas um sentido me leva,
E nesse sentido não confio!
Se, ao menos, por ouvir soubesse
Quem toca tão envolvente melodia...

Só oiço silêncio...

E este sim é de confiar
Pois quebra a longínqua melodia.
E as palavras que ouvi outrora,
Feitas som... Desiludiram.


Silenciosamente dedicado a quem me fez um elogio hoje.

1 comentário:

  1. "Quando a ternura
    parece já do seu ofício fatigada,
    e o sono, a mais incerta barca,
    inda demora,
    quando azuis irrompem
    os teus olhos
    e procuram
    nos meus navegação segura,
    é que eu te falo das palavras
    desamparadas e desertas,
    pelo silêncio fascinadas. "

    ["O Silêncio", Eugénio de Andrade]

    Poeta que é poeta escreve poemas sobre silêncio *-*

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