Noite escura em toda a sala,
Uma nota rouca ao fundo,
Som guia da cegueira.
Já pedi silêncio!
Apenas um sentido me leva,
E nesse sentido não confio!
Se, ao menos, por ouvir soubesse
Quem toca tão envolvente melodia...
Só oiço silêncio...
E este sim é de confiar
Pois quebra a longínqua melodia.
E as palavras que ouvi outrora,
Feitas som... Desiludiram.
Silenciosamente dedicado a quem me fez um elogio hoje.
"Quando a ternura
ResponderEliminarparece já do seu ofício fatigada,
e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,
quando azuis irrompem
os teus olhos
e procuram
nos meus navegação segura,
é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,
pelo silêncio fascinadas. "
["O Silêncio", Eugénio de Andrade]
Poeta que é poeta escreve poemas sobre silêncio *-*